Você já sentiu o dente pulsar, como se tivesse um “coração” batendo dentro dele?
Essa dor de dente latejando é uma das sensações mais incômodas que existem: chega sem avisar, costuma piorar à noite, atrapalha o sono e pode até afetar seu humor.
Mas afinal, por que o dente lateja? É sempre algo grave? O que dá para fazer em casa sem piorar o quadro e quando é hora de procurar um dentista com urgência?
Neste artigo, você vai entender as principais causas do dente latejando, o que ajuda de forma segura até a consulta, como o dentista faz o diagnóstico e trata cada situação e como prevenir novas crises.
No fim, deixamos um FAQ com perguntas e respostas que as pessoas fazem no Google para você sair daqui sem dúvidas.
Dente latejando: o que significa e por que acontece
A dor latejante é pulsante e rítmica, acompanhando os batimentos cardíacos.
Em geral, ela indica inflamação dentro do dente (onde se encontra a polpa, que é esta parte interna, rica em nervos e vasos) ou nos tecidos ao redor da raiz.
Quando há inflamação, a pressão local aumenta e o nervo fica comprimido; esse “apertamento” é o que faz com que agente perceba como uma batida sincronizada com o coração, comumente relatada pelos pacientes como sensação de pulsar.
O “latejar” é o corpo dizendo “tem algo errado aqui e eu preciso de atenção”. Pode ser cárie profunda, pulpite, abscesso, fratura, retração gengival com raiz exposta, bruxismo, siso inflamado e até sinusite em alguns casos.
O mais importante é não acostumuar com essa dor, mesmo que no seu caso ela seja pouca. O remédio alivia, mas não trata a causa.
Curiosidade: cada dente tem vasos sanguíneos que entram pela ponta da raiz e irrigam a polpa. Se a região inflama, o fluxo de sangue e a pressão aumentam — e você sente o dente “pulsar”.
Principais causas de dor de dente latejante
Nem toda dor pulsante tem a mesma origem.
A seguir, você irá conhecer as causas mais comuns, como elas se manifestam e quando exigem atenção imediata.
1) Cárie profunda e pulpite (inflamação da polpa)
Quando a cárie avança e alcança a polpa, surge a pulpite, uma inflamação no dente que costuma provocar dor intensa, contínua e latejante. Inicialmente, é típico piorar com bebidas geladas, ao deitar (devido ao aumento do fluxo sanguíneo na cabeça) e às vezes com bebidas quentes ou alimentos doces.
Tem casos em que a dor pode aparecer de forma espontânea que não passa sozinha e desconforto ao mastigar.
- Sinais de alerta: dor que te acorda à noite, resposta intensa a quente / frio, sensação de “batida do coração” no dente, dor difusa (sem saber o local exato).
- O que fazer: procurar um dentista o quanto antes. Em casos de pulpite reversível, remover a cárie e proteger a polpa costuma resolver o problema. Já em pulpite irreversível, o tratamento indicado é o canal, que não dói e traz um alivio de forma definitiva.
2) Infecção e abscesso dentário
O abscesso é uma infecção bacteriana que acumula pus perto da raiz. Além do latejamento, pode haver inchaço na gengiva, sensação de dente “crescido”, gosto amargo na boca, mau hálito, febre e mal-estar.
É uma situação importante que pode evoluir muito rápido e, em alguns casos, precisa de atendimento de urgência.
- Sinais de alerta: febre, inchaço no rosto, dificuldade de abrir a boca (trismo), dor ao engolir, indisposição geral.
- O que fazer: procurar atendimento imediato. O dentista pode indicar drenagem e, se necessário, antibiótico conforme avaliação clínica. Automedicar com antibiótico é perigoso e pode mascarar sintomas.
3) Problemas gengivais e retração gengival
Nem toda dor vem de dentro do dente.
A retração gengival expõe a raiz, região amplamente sensível a diversas situações, causando desconforto ao escovar, mastigar e com bebidas gelada.
Em alguns casos, a dor pode parecer pulsante por irritação contínua.
- Sinais típicos: “fisgadas” no contato com frio/doce, sensibilidade ao toque, sangramento durante a escovação quando há gengivite.
- O que fazer: ajustar técnica de escovação (escova macia ou extra macia, pressão leve), tratar a gengiva e, quando indicado, usar dessensibilizantes e/ou laserterapia. Controle de aperto/bruxismo ajuda nos casos associados.
4) Dente do siso inflamado (pericoronarite)
Quando o siso (terceiro molar) nasce parcialmente, pode acumular placa bacteriana e restos de comida sob uma “capinha” de gengiva que o recobre este dente.
Essa capinha, pode inchar e evoluir para a pericoronarite que causa: dor latejante, inchaço, gosto ruim na boca, às vezes até na dificuldade de abrir a boca e dor irradiada para o ouvido.
- O que fazer: avaliação odontológica; limpeza local, medicação quando indicada e, em muitos casos, extração planejada do siso após a fase aguda da dor.
5) Restaurações antigas infiltradas e traumas
Restaurações desgastadas, trincas, bruxismo e pancadas podem permitir a entrada de bactérias ou irritar a polpa, gerando dor pulsante ou dor à mastigação.
- Sinais típicos: dor ao morder, sensibilidade localizada e sensação de que o dente “não encaixa bem” ou “trava” ao mastigar certos alimentos.
- O que fazer: avaliação odontológica, ajuste oclusal, novas restaurações, placa de bruxismo quando necessário.
6) Sinusite (dor referida)
Em alguns casos, uma sinusite pode causar dor referida (sensação de dor em uma parte do corpo diferente da localização real do problema) nos dentes superiores.
Essa sensação é de um leve desconforto / pressão durante a mordida, podendo ocasionar em dentes latejando e sem uma cárie aparente.
Normalmente, vem acompanhada de congestão nasal, pressão facial e mal-estar.
- O que fazer: avaliação odontológica e / ou médica. Tratar a sinusite costuma resolver a dor “dentária”.
7) Hipersensibilidade dentinária
A hipersensibilidade aparece como dor aguda e breve ao frio / doce / toque, mas pode ser sentida como um latejar residual em casos persistentes.
Está ligada a retração gengival, desgaste do esmalte, escovação forte e dieta rica em alimentos ácidos.
- O que fazer: ajuste de hábitos (escova macia, técnica correta, reduzir alimentos e bebidas ácidos), uso de dessensibilizantes e, se indicado, selantes / restaurações.
O que fazer em casa: alívio seguro até a consulta
Enquanto você não é atendido, algumas medidas simples e seguras podem reduzir o desconforto.
Elas não substituem o tratamento profissional, mas ajudam a atravessar a crise.
Dicas práticas
- Compressa fria na face do lado dolorido (15–20 minutos, com pausa). O frio reduz inflamação e inchaço.
- Dormir com a cabeça mais elevada (um travesseiro extra), diminui o fluxo sanguíneo na região e a pulsação da dor.
- Bochecho com água morna e sal (1 colher de chá em 200 ml), ajuda na higiene e na redução do desconforto.
- Higiene bucal suave mesmo com dor (escova macia ou extra macia, movimentos delicados).
- Evitar mastigar do lado dolorido e preferir alimentos frios/macios.
O que NÃO fazer
- NÃO aplique calor (bolsa térmica, água quente): piora a inflamação.
- NÃO use álcool, alho, óleo quente, aspirina no dente: além de não ajudar, queimam a mucosa e aumentam a sensação de dor.
- NÃO corte ou fure a gengiva, espere drenar o “pus” espontaneamente.
- NÃO automedique com antibiótico, essa atitude pode mascarar os sintomas e gerar resistência bacteriana.
Curiosidade: O calor dilata os vasos sanguíneos e aumenta a pressão dentro do dente inflamado. Por isso, bolsas quentes costumam piorar o latejamento.
“À noite a dor fica muito pior. Por quê?”
Ao deitar, a cabeça fica no mesmo nível do corpo e o fluxo sanguíneo para a região da face aumenta.
Dessa forma, em um dente inflamado, isso eleva a pressão dentro da polpa e o nervo “reclama” — daí a sensação de que a dor aumenta e tem essa sensação de pulsar.
O que ajuda: travesseiro mais alto, compressa fria e uso de analgésicos ou anti-inflamatórios que o dentista orientar.
Como o dentista descobre a causa
O diagnóstico correto é o caminho mais rápido para o alívio definitivo.
Em consulta, o dentista:
- Faz avaliação uma clínica (olha gengiva, dente, mordida).
- Faz radiografias quando necessário.
- Realiza testes de sensibilidade (frio, calor) para avaliar a vitalidade do nervo.
- Observa sinais de infecção (inchaço, secreção, febre, dor ao toque.
- Checa restaurações antigas, trincas e hábitos como bruxismo.
Tratamentos comuns conforme a causa:
- Pulpite reversível → remover a cárie e proteger a polpa com materiais biocompatíveis.
- Pulpite irreversível → tratamento de canal (remove-se tecido inflamado/infectado, limpa-se o interior e sela-se).
- Abscesso → drenagem, tratamento do canal e, se necessário, antibiótico prescrito (conforme exame).
- Siso inflamado → limpeza, medicação conforme avaliação e possível extração planejada.
- Restauração infiltrada/trinca → troca da restauração, ajuste oclusal e placa de bruxismo.
- Hipersensibilidade → dessensibilizantes, laser, selantes ou restaurações em áreas de desgaste.
- Sinusite → tratar a causa respiratória com o médico, alinhado ao dentista.
Curiosidade: Tratamento de canal não dói. Ele elimina a dor porque remove a inflamação/infeção lá dentro. Com anestesia e técnica correta, o procedimento é confortável e focado em preservar o dente.
“Posso tomar algum remédio para dor de dente latejando?”
Nestes casos, o remédio pode ajudar, mas é essencial entender que ele alivia a dor, não resolve a causa.
Em geral, analgésicos como dipirona ou paracetamol e anti-inflamatórios como ibuprofeno / naproxeno são usados mediante orientação e se não houver contraindicação (gestação, gastrite/úlcera ativa, problemas renais, alergias, uso de anticoagulantes etc.).
Antibiótico só é indicado pelo dentista quando há sinais clínicos (ex.: abscesso, disseminação, comprometimento sistêmico).
Atenção: a automedicação pode mascarar sintomas ou piorar quadros. Se a dor persiste por mais de 48 horas ou vem com febre, inchaço, dificuldade para abrir a boca/engolir, procure atendimento imediato..
Guia rápido: quando devo me preocupar?
Procure um dentista com urgência se houver:
- Febre, inchaço no rosto ou trismo (dificuldade para abrir a boca).
- Dor que acorda à noite e não cede com medidas simples.
- Secreção purulenta, mau gosto persistente.
- Dor irradiando para ouvido com piora progressiva.
- Você é imunossuprimido(a), está grávida ou tem doenças crônicas (renais, cardíacas, hepáticas): não adie.
Mini-fluxo de decisão (resumo)
Dor latejante sem inchaço → compressa fria + cabeça elevada + higiene suave + agendar dentista.
Dor latejante com inchaço /febre / mal-estar → urgência com dentista / UPA.
Dor que piora à noite → medidas acima e avaliação de pulpite / trinca / bruxismo.
Prevenção: como evitar que o dente volte a latejar
Prevenir é muito mais barato e confortável do que tratar dor.
Inclua na sua rotina:
- Escovação pelo menos 3x ao dia com escova macia e técnica adequada.
- Fio dental diário, principalmente à noite.
- Limpezas profissionais (periodicidade sugerida pelo dentista — muitas vezes semestral).
- Reduzir açúcar e bebidas ácidas; prefira água e alimentos pouco pegajosos.
- Trocar a escova a cada 3 meses ou antes se as cerdas abrirem.
- Tratar pequenas cáries antes que virem pulpite; ajustar restaurações que quebram/desgastam.
- Controlar o bruxismo (placa, manejo de estresse, sono).
- Em caso de retração, seguir orientações para dessensibilizar e evitar escovação agressiva.
Tabela prática
| Causa | Sinais | O que fazer |
| Cárie profunda / Pulpite | Dor forte, pulsante, piora à noite e com quente; pode doer com frio/doce; dor espontânea. | Ir ao dentista; em pulpite reversível, remover cárie e proteger a polpa; em irreversível, canal. |
| Abscesso dentário | Inchaço, gosto amargo, mau hálito, dor ao mastigar, febre possível. | Urgência, possível drenagem e antibiótico se indicado. |
| Dente do siso inflamado (pericoronarite) | Dor latejante, gengiva inchada, às vezes trismo e dor para ouvido. | Higienização orientada, medicação conforme avaliação e extração quando recomendada. |
| Recessão gengival / Hipersensibilidade | Dor ao frio/doce/toque, fisgadas rápidas; pode dar sensação de latejar. | Técnica de escovação, dessensibilizantes, laser/selantes se indicado. |
| Restaurações infiltradas / Trincas | Dor ao morder, sensibilidade localizada. | Trocar restauração, ajustar mordida, placa se bruxismo. |
| Sinusite maxilar | Pressão facial, congestão nasal, dor “nos dentes de cima” sem cárie. | Tratar sinusite com médico; checar com dentista. |
Perguntas que as pessoas fazem (FAQ pronto para Schema)
1) O que fazer quando o dente está latejando?
Use compressa fria, eleve a cabeça para dormir, faça higiene suave e evite mastigar do lado dolorido. Marque consulta com o dentista. Se houver inchaço, febre ou mal-estar, procure urgência.
2) O que alivia dor de dente urgente?
Compressa fria, hidratação, repouso com a cabeça elevada e higiene suave. Não aplique calor e não use receitas caseiras. Analgésicos comuns podem ajudar se não houver contraindicações — mas leia nosso artigo sobre o que tomar para dor de dente.
3) Quando o dente fica pulsando, o que pode ser?
Geralmente, inflamação dentro do dente (pulpite), mas também pode ser abscesso, trinca, retração gengival, siso ou sinusite. Só o exame identifica a causa com precisão.
4) Qual o melhor remédio para dor de dente latejante?
Depende do caso e do seu histórico de saúde. Em geral, dipirona ou paracetamol e, quando indicado, ibuprofeno/naproxeno ajudam a dor. Antibiótico só com prescrição. Veja mais detalhes no nosso post o que tomar para dor de dente.
5) Por que a dor de dente piora à noite?
Ao deitar, aumenta o fluxo de sangue na região da cabeça, o que eleva a pressão num dente inflamado. Por isso, a dor latejante parece bater mais forte.
6) Dente latejando e dor de ouvido: o que pode ser?
Pode haver dor referida (especialmente em siso inflamado ou problemas de mordida) ou até sinusite. Procure um dentista para diferenciar e orientar o tratamento.
Conclusão: a dor latejante é um aviso — trate cedo e viva em paz
A dor de dente latejante é o jeito do corpo dizer que há algo pedindo cuidado. Remédios podem trazer alívio momentâneo, mas a causa permanece.
A boa notícia é que, com o diagnóstico correto e o tratamento certo, o alívio costuma ser rápido e duradouro — e os procedimentos modernos são confortáveis e seguros.
Se você está com o dente pulsando agora, não sofra em silêncio.
Agende sua avaliação: entender a causa hoje é o caminho mais curto para voltar a dormir bem, comer sem medo e cuidar do seu sorriso.
Precisa de alívio imediato? Veja o que tomar para dor de dente com segurança: clique aqui para acessar o nosso post: O que tomar para dor de dente

Quer entender quando canal é necessário e por que não dói? Em breve: /tratamento-de-canal (link interno quando a página estiver pronta).
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